Uma reportagem elaborada pelo PORTAL GAMEK, aponta que os jovens chamadores de passageiros, vulgo “lotadores”
chegam a ganhar por mês 120 mil kzs aproximadamente 350 USD no câmbio informal.
Para perceber melhor esse fenómeno,
confira a matéria desenvolvida pelo portal mencionado.
A JdB visitou algumas paragens da cidade
capital para saber dos vulgos “lotadores”: quanto conseguem lucrar com essa
actividade durante o dia e quais as dificuldades que enfrentam no exercício
dessa ocupação.
Castro Neto, de 27 anos, vive no Zango, em
Viana, é lotador há 6 anos, na paragem da Vila, em Viana, conseguiu o trabalho
por acaso, em companhia de um amigo que na altura já era lotador e levou-o à
paragem para passar o dia, depois de ter presenciado, descobriu que o serviço,
além de ser “fascinante” e “divertido”, dava uma boa “massa” (dinheiro). Voltou
para lá no dia seguinte sem que seu amigo se apercebesse. Desde 2011 até hoje
nunca mais pensou em outro trabalho. Com algum sorriso nos lábios, Kalili, como
é chamado pelos colegas com que partilha o terreno (local de lotação) revela
que quando o dia “está-se bem” (bom) consegue levar para casa, no final do dia,
3 a 4 mil kwanzas.
Um outro entrevistado, que em princípio
não queria falar, mas que depois aceitou porque queria ser famoso, confessou
que às terças, quartas e quintas-feiras são “bué gato” (péssimos), nos outros
dias consegue levar para casa cerca de 5 a 6 mil kwanzas.
Mário Kamati, de 30 anos, vive com a
mulher e 3 filhos, reside na rua da Kombal, também em Viana, mas lota na
paragem dos Congolenses, defende a sua ocupação admitindo ganhar mais que
alguém que espera 30 dias, porque por mês pode, se não desbundar (esbanjar),
somar um bom kumbu (dinheiro). “Faço esse trabalho desde 2008 e consegui
construir minha casa de um quarto no terreno da minha mãe e penso em aumentar
mais um”, gabava-se. O também conhecido por Mati, no seio dos seus colegas,
revelou que para conseguir ganhar mais tem de começar mais cedo e com muitos
passageiros, mas às vezes há o revés de muitos colegas, ndutas (motoristas),
não respeitarem esse trabalho, acabando por fugir com o dinheiro depois da
lotação, por isso pretendem criar uma associação para regular a actividade.
Para cada lotação cobram 150 kwanzas,
valor que um passageiro paga para cada viagem, podendo aumentar, caso seja um
carro com muitos lugares. Nesses dias, devido o número de jovens que
despertaram o sucesso nesse trabalho, esses serviços “já não dão tanto dinheiro
assim”, contam os jovens que tudo fazem para manter os táxis lotados.
Na ordem está o ganho
Eram 12 horas de sábado, no São Paulo, com
um sol bastante ardente, que tendia a apagar nossa intenção de conversar, mas a
vontade e a ânsia de querer ouvir os jovens da banda era muito maior que até
deu para pousar umas fotos com a equipa.
